Programas de Estágio: estratégicos sim, humanos também

O que pensam e sentem os jovens estagiários neste mercado 4.0, repleto de ansiedade, fragilidades e transformações? 

Seus comportamentos e atitudes os levam para fortes e construtivos aprendizados ou eles simplesmente se deixam encaixar em padrões e regras impostas sem coerência e respeito às características da geração Z? 

Conhecidos por serem mais pragmáticos e focados que outras gerações, os membros da geração Z possuem como aliados a tecnologia de berço e o fato de considerarem suas experiências de vida quando optam por uma empresa ao invés de outra, ou, se já formados, um cargo ao invés de outro – pois seu objetivo maior é viver do seu trabalho e não para ele. 

Seriam eles tão especiais assim para, com tão pouca experiência de vida e nenhuma ou quase nenhuma experiência profissional, chegarem chegando? 

Talvez a resposta esteja em entendermos e valorizarmos algo que exala mais forte dentro deles: “a essência”. Segundo o dicionário de Oxford Languages, por essência define-se: “aquilo que é o mais básico, o mais central, a mais importante característica de um ser ou de algo”. Me atrevo aqui a dizer que ninguém, ninguém mesmo, é especial e sim que somos todos, sem exceção, “essenciais”  

É neste ponto, então, que lanço uma pergunta “essencial”: como são montados hoje em dia os Programas de Estágio? Há possibilidades e situações que impulsionem o autoconhecimento? De que maneira o alto board das empresas deseja despertar e treinar os seus talentos? Direcionando-os e fornecendo caminhos para um protagonismo saudável e maduro que culmine no autodesenvolvimento de seus colaboradores ou obtendo as famosas práticas “top and down” com vistas aos pejorativos resultados, mais rasos que uma colher e/ou mais nebulosos que gelo seco? 

Neste sentido, muito além de detalhar temas técnicos e comportamentais, síncronos  ou assíncronos, pulverizados em um bonito cronograma com a logo, drivers estratégicos, missão e valores  da empresa, que são, sem dúvida, pontos fundamentais para um start da construção de um Programa de Estágio que busca os desejados profissionais high potencial, precisamos entrar mais no núcleo deste cerne, Cito aqui a importância de trazer às ações propostas: assessments, palestras, mentorias, treinamentos, games e afins que possibilitem constantes observações e profundas reflexões sobre as diferenças de dom, talento e fraqueza.  

Sim! Antes mesmo de pensar em enrijecer a musculatura dos participantes do programa, vale auxiliá-los a refletir sobre seus talentos. Se relembrarmos rapidamente, quantos de nós já investimos muito tempo para melhorar fraquezas e quase nada ou nada para potencializar uma força? Sem falar dos inúmeros descasos e desvios que, por livre e espontânea pressão (esta última por inconsciência e padrões automatizados) dos nossos pais, professores e inclusive ainda hoje, líderes,) fomos forçados a fazer ignorando a riqueza de nossos verdadeiros talentos?  

Sejam eles antigos ou atuais, curtos ou extensos, hoje é possível se deparar com inúmeros assessments e formatos de aprendizagem que estimularão o autoconhecimento e facilitarão o encontro e o reconhecimento de seu perfil, talentos e consequentemente de forças e dons. Se nossos talentos estão muito mais próximos de nossos dons do que possivelmente estariam nossas fraquezas. mesmo com muito treino e dedicação, por que não os abraçar com muito amor e coragem? Sem falar, claro, dos níveis de satisfação e motivação genuínos que certamente eles trarão nas ações e colaborações internas e entre as áreas da empresa.   

Vale ressaltar: o dom já nasce com você, é uma habilidade nata. O talento é feito com facilidade, porém é a habilidade que se desenvolve, com dedicação e treinamento. E o que fazer com as fraquezas? Nada? Não! Claro que não! É possível melhorá-las e muito, apenas não há como cobrar que deem a mesma satisfação e/ou resultados. É preciso assumir numa boa que todos nós, líderes, liderados e RHs, temos nossas vulnerabilidades. Bem, este já é tema pra um outro dia! 😉  

 

Ana Paula Dib

Gerente de Desenvolvimento da Movidaria. Atuo em Educação Corporativa a mais de 12 anos. Coach e Master em PNL. Sagitariana com o Sol na casa 8 de Escorpião. Intensa e Profunda. Amante de autoconhecimento, comida japonesa, terapias holísticas, psicanálise e espiritualidade.

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