Papel do líder no ciclo de gente e gestão

Toda organização precisa de gente para existir e cumprir a sua proposta. E para preencher, manter e engajar o seu quadro de colaboradores, é necessário ter processos de recrutamento, seleção, integração (ou onboarding), desenvolvimento e avaliação de desempenho, no mínimo. Um olhar integrado desses pontos é o que se chama de “Ciclo de Gente e Gestão” (ou “People Cycle”) que, como o próprio nome diz, é um ciclo que se retroalimenta frente às movimentações das pessoas para sustentar o atendimento dos objetivos do negócio. Naturalmente, esses processos devem ser de total responsabilidade dos RHs ou áreas de Gente, certo? Errado!

É comum vermos, por parte de muitos líderes, a delegação das atividades do ciclo para os RHs, fazendo o básico para “cumprir tabela” onde precisa. O ponto cego dessa postura é que, por mais que a organização tenha um branding, invista na sua marca empregadora e tenha um pacote de benefícios diferenciado, o que importa para a atração de talentos e a permanência ou não desse novo colaborador vai depender muito da relação com o gestor direto.

De acordo com uma pesquisa publicada pela McKinsey, essa relação é o principal fator de peso na felicidade e satisfação do profissional no seu trabalho, dentro dos relacionamentos interpessoais. Isso mostra a importância das agendas transacionais (focadas no negócio) e transformadoras (focadas no indivíduo).

Mas então, qual é o papel do líder dentro do ciclo? A começar pela seleção, participando do processo e trazendo a visão técnica e o contexto da área e da equipe. No onboarding, dando o tom da área, do negócio e trazendo aqueles elementos de cultura que são tácitos e ditam muito o jeito da empresa funcionar, além dos processos chave da função. Reconhecendo que o desenvolvimento do seu time não está restrito às iniciativas formais oferecidas, mas que a aprendizagem pode e deve acontecer nos momentos de feedback, no follow-up do PDI, dividindo conhecimento com terceiros, resolvendo problemas ou participando de projetos. Aceitando que a avaliação de desempenho não deve ser conduzida uma vez por ano naquele tom burocrático, mas ser um processo construído com constância e propósito.

Essas são algumas iniciativas que estão nas mãos dos líderes e que sua execução não deve ser delegada. Fazer o link entre os objetivos do negócio e a execução de um ciclo bem formatado, com etapas bem definidas e orientadas, só trará benefícios para seu desempenho e entrega dos resultados, junto com o time.

Por aí, como as lideranças têm sido preparadas para assumir e enfrentar os desafios da posição? Vamos bater um papo sobre isso?

Leonardo Zagotta

É CEO e Gerente de Negócios na Movidaria. Casado com a Fabiana e pai da Lulu e do Gab, preenche suas horas vagas com pedaladas, vinhos e boas conversas.

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