Cultura emocional vai além das paredes

Gerir conflitos vai muito além de discussão: hoje já se sabe que no mundo corporativo, eles vêm de comportamentos arraigados que não se sabe onde foram aprendidos. E estes, por sua vez, têm outros nomes, cada vez mais gritados pelas esquinas: engajamento, diversidade, Cultura.

O que é cultura emocional?

Cultura numa empresa normalmente é conectada à intelectualidade: foco no cliente, inovação, competitividade, a maneira como o estacionamento é organizado e as celebrações são realizadas. Sozinha, já tem um peso enorme, e tem sido cada vez mais estudada e fomentada nas empresas como algo importante – embora ainda a passos lentos.

Mas aqui estamos falando de cultura cognitiva, certo?  Pois bem: cultura emocional é ainda mais nova, como termo e como conhecimento. Um artigo aqui e outro ali, mas já que geralmente é transmitida por sinais não verbais, não é gerida, divulgada, e fica solitária – assim como os colaboradores das empresas que não lhe dão atenção.

Tem empresa que já considera a cultura emocional

Empresas como a PepsiCo usam emoções como princípios de gestão, e estudos longos com empresas nas quais a cultura emocional com aspectos de companheirismo indicam resultados diretos no negócio; por outro lado, a maioria ignora a parte (vital) que move as pessoas e não dá importância às métricas fáceis que advém da cultura emocional bem administrada, em termos de trabalho em equipe, absenteísmo e engajamento, criatividade e tomada de decisão, o “senso de dono” e turnover – tantos outros tópicos que são dilemas dentro da companhia.

Como instituir as emoções que compõem o DNA da sua empresa para atingir prosperidade

cultura emocional começa na expressão facial dos líderes e seus exemplos; estudos indicaram que, ironicamente, eles se sentem mais confortáveis demonstrando irritação que alegria no ambiente de trabalho. Passa pela decoração e mobília – sim, cor e conforto faz diferença – e transita pelas pequenas atitudes, valsando pelos comentários irônicos referentes ao atraso ou à saída mais cedo ao e-mail enviado nas férias lembrando o que não foi feito. Do mesmo modo, recompensa quem alimenta os valores emocionais procurados pela empresa, indicando novas maneiras de se divertir, colaborando com o time e tornando o ambiente mais leve de modo geral; sem hora certa, simplesmente reconhecendo que são pessoas o tempo todo, e precisam de qualidade de vida o tempo todo.

Se a tendência das últimas décadas tem sido negócios cada vez menores, a busca pelo engajamento, o conhecimento como fonte de poder e o compartilhamento como moeda de troca, fica fácil enxergar o quão relevante a questão da cultura emocional pode se tornar nos próximos anos: as empresas que fizerem disso uma força sólida, tornando-se humanas e consistentes, têm oportunidades multiplicadas e uma base de clientes internos e externos que é facilmente exponencial. A gestão de conflitos então passa a ser somente uma consequência, em vez de um grande calcanhar de Aquiles.

Sorria! Não porque você está sendo filmado, mas porque você agora dirige esse filme. Agarre essa chance. As mudanças estão vindo de todos os lados, mas devem sempre começar por você para que deixem de ser dolorosas e, em vez disso, se tornem uma fonte de conhecimento, prazer e prosperidade para você e seu negócio. Disseminar essa ideia é só o começo do tal segredo da sustentabilidade, que tem sido procurado há tanto tempo.

Por Letícia Casavella

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