5 Desafios da Liderança em 2023 (e além!)

O futuro tem por ofício ser incerto. Escrever sobre desafios de liderança vislumbrando o que poderá acontecer no próximo ano, pinçar tendências ou escolher os “hot topics” do momento pode ser perda de tempo. Minha bola de cristal quebrou há anos.

Porém, com mais de 15 anos de experiência nesse ramo, é possível reconhecer padrões nos desafios que estarão sobre as mesas dos líderes. A natureza do ser humano tem características perenes quando inseridas em determinados meios como as empresas, trazendo a necessidade de movimentos que devem ser constantes. Aqui vão alguns deles: 

  1. Se é líder, tem gap! É uma espécie de paradoxo do mundo do trabalho devido a uma questão lógica. Geralmente, se você supera todas as necessidades do cargo, entregando além do demandado, será promovido ou buscará outro desafio. O líder só está bem instalado se, de alguma forma, estiver numa posição aquém das suas entregas e capacidades, com necessidade de esforço e aprendizado genuínos, o que cria certa tensão em várias dimensões. Para isso, frente aos objetivos corporativos que são atualizados ano após ano, reconhecer esses gaps e olhar para as demandas do negócio e do mercado é fundamental para mapear as necessidades de desenvolvimento para que haja um equilíbrio entre aquilo que se tem como alvo corporativo e a capacidade de entrega dos líderes. 
  2. Quem é o(a) próximo(a) na linha de sucessão? Nesse caminho de ampliação das capacidades e competências, formar novos líderes para alçar novas posições é crucial. Algumas organizações colocam uma “trava” nas promoções, onde um líder só pode ser promovido se tiver um sucessor formado para assumir. Independentemente de a sua ter esse mecanismo ou não, no dinamismo do mercado de trabalho, é uma grande responsabilidade formar novos líderes para manterem a engrenagem rodando com o mínimo de percalços da transição. Qual é a jornada de desenvolvimento desses potenciais? Qual é o papel do líder e do RH nessa jornada? Que incentivos são dados para esse movimento? Essas são questões básicas que devem ser respondidas. 
  3. Quem cuida da “Dona Cultura”? Não é possível, nessa altura do campeonato, ver líderes culpando a “Dona Cultura” pelos males que afligem as organizações. Cultura é a tangibilização de uma hierarquia de valores posta e praticada, transmitida por comportamentos, símbolos e sistemas, onde os líderes são os seus principais exemplos, estando o tempo todo sob os holofotes. Por isso, ter todo o corpo de líderes alinhado aos valores, cientes das histórias e símbolos dessa cultura e responsáveis pela sua transmissão é uma questão capital para qualquer negócio. 
  4. Quem estará no barco? Engajar um time para um mesmo objetivo sempre será um desafio para os líderes. Soma-se a isso os modelos híbridos ou remotos de trabalho para deixar essa questão complexa, mais os diferentes perfis dos componentes do time. Dentre vários elementos que circundam esse desafio, vale frisar a necessidade de uma comunicação constante e transparente. Investir em rituais e conhecer cada um além do cargo é o mínimo para conseguir que todos remem na mesma direção. 
  5. Gerações e (i)maturidade. Ter que lidar com diferentes gerações no ambiente de trabalho é um fato dado. Alguns enquadramentos são feitos para facilitar o entendimento (Baby Boomer, X, Y, Z etc), que vejo utilidade como forma de sistematizar as influências que o mundo, a cultura e a tecnologia têm em cada época. O grande erro são os rótulos que podem, imediatamente, generalizar comportamentos e estilos, desconsiderando a história de cada um, regionalidade, experiência e outros fatores. Independentemente do enquadramento geracional, cada indivíduo é único e tem o seu caminho particular de crescimento e amadurecimento profissional, onde o líder só poderá contribuir se, em primeiro lugar, buscar o seu próprio desenvolvimento e maturidade, a partir de um objetivo que vai além dos números e metas corporativas: o de impactar, positivamente, a vida das pessoas, criando relações saudáveis por onde passa. 

Nós da Movidaria Aprendizagem Corporativa acreditamos que é possível desenvolver as lideranças para que consigam cumprir o seu papel nesses 5 desafios, não importando o setor do negócio, mudanças tecnológicas e se o mundo é VUCA ou BANI.

A complexidade só aumenta, a certeza só diminui e ter líderes que consigam conviver com a ambiguidade, seguindo apesar do estado de dúvida sobre vários aspectos e procurando transcender o seu papel para além da responsabilidade do cargo, é e será vital para toda e qualquer organização, em qualquer tempo. 

Quer bater um papo sobre os desafios da liderança dentro da sua organização? Entre em contato. Vamos tomar um café! 

Leonardo Zagotta

É CEO e Gerente de Negócios na Movidaria. Casado com a Fabiana e pai da Lulu e do Gab, preenche suas horas vagas com pedaladas, vinhos e boas conversas.

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