Employer Branding – de olho no tanque do combustível!

Employer Branding – de olho no tanque do combustível”

Conhecida como uma das frases clichês dentro da área de RH, a frase “Você é contratado pelas suas formações e experiências e demitido pelos seus comportamentos” segue ganhando peso no mundo corporativo. É possível constatar diversos head hunters e áreas de talent aquisition, colocando muito mais peso e foco em experiências disruptivas e mindset flexíveis, repletos de comportamentos inovadores do que engajados em buscar nomes de universidades renomadas no currículo e até mesmo exigir a formação exata para o cargo exposto!

Aliás, esta palavra “exata”, em tempos incertos, se torna dia após dia, artigo raro, em meio a dezenas de situações desta era digital, onde tudo se transforma rapidamente da mesma forma que gelo sob o sol.  

Prática muito comum nas novas gerações, mas não somente nelas, experimentar um cargo, uma área ou uma empresa e descartar após alguns poucos meses, já não é considerado exceção à regra!  Afinal, nunca se falou tanto em equilíbrio de vida pessoal & profissional, aceitação à maternidade, inclusão, adesão a valores e missão, propósito e legado. Deu match e o fit cultural sorriu, ótimo, não deu, vira se a página ou troca se de livro.  

Neste contexto acima, desenvolver e implantar uma estratégia de employer branding, se torna peça-chave para a ignição da empresa. Sem ela, não há combustível para a partida ou quando há, o carro (empresa) periga parar algumas esquinas à frente. Afinal, sabemos que empresas querem resultados, no entanto, não é possível esquecer que estes resultados virão por meio das pessoas. (principal combustível)  

Por employer branding pode se entender: “marca do empregador” — sendo esta, um conjunto de técnicas e ferramentas para gerar uma percepção positiva do mercado a respeito de sua empresa como local de trabalho. O branding tem como finalidade reforçar os pontos positivos de como é trabalhar na organização, para fortalecer a imagem dela e atrair pessoas realmente talentosas para o quadro de funcionários. 

Desta forma, se espera que o trabalho de seleção se torne muito mais fluído, fácil e assertivo conquistando profissionais bem-sucedidos e adequados que passem até mesmo a “assediarem” a organização e se empenharem para fazer parte do quadro de funcionários. 

Sensacional, não é mesmo? Sim! Fácil e simples de implementar? Não! Seguramente, pode se afirmar que parte da estratégia demanda diversos tipos de pesquisas e esforços que se alastram para muito além das fronteiras da área de Recursos Humanos.  

Qualquer implementação, por mais simples que seja, requer cautela e domínio do que será implementado. Quando envolve “seres humanos” os cuidados devem ser ainda maiores, pois a personalidade, o modo de ser e absorver novidades são diferentes em cada indivíduo, mesmo atuando dentro da mesma empresa. Implementar a chamada marca empregadora com sucesso exige planejamento. Isso garante que ele não seja mais uma iniciativa implantada com entusiasmo e abandonada por não produzir o efeito esperado. 

Abaixo, vale ressaltar alguns dos principais pontos de partida para saber implementar de forma assertiva e estratégica o employer branding, ampliando a visão para desdobrar as ações e obter equipes engajadas e comprometidas com resultados de qualidade:  

  1. Tenha claro seu objetivo e desenhe uma estratégia 

Como em qualquer case de sucesso, comece de forma estruturada. Isso significa que você precisa entender se o investimento que seu RH fará em employer branding será uma ação pontual para: 

  • Melhorar a atração de candidatos para vagas específicas; 
  • Melhorar o ambiente de trabalho para reter os colaboradores; 
  • Ou se é uma questão estrutural de cultura organizacional que precisa ser repensada e alterada. 
  1. Analise o quadro atual

Toda solução começa com um bom diagnóstico. Por isso, faça um levantamento da percepção atual dos colaboradores sobre o ambiente de trabalho. A melhor maneira de descobrir isso é ouvindo as pessoas. Certifique-se de que os maiores talentos, e até mesmo os críticos, tenham sua percepção considerada, possam expressar o que é importante para sua permanência na organização e quais os fatores que tornam as propostas dos concorrentes tentadoras. Atue com zelo no benchmarking.  

  1. Preze pela boa comunicação

Se a companhia não se comunica de forma eficaz com seus empregados, ela não está fazendo uma aplicação de employer branding efetiva. Sim, use e abuse de todos os canais possíveis, digitais ou não, com foco, estruturação e planejamento. Sem isso, não será possível produzir engajamento, expressar a valorização e trocar ideias em busca do aprimoramento constante. 

  1. Identifique o perfil desejado

Aqui o critério é ser no mínimo “sniper”. Aquele ditado: se “iniciar torto, torto estará” é válido neste contexto; deve-se considerar as necessidades da empresa, identificar o perfil desejado para os cargos que podem elevar a produtividade e a competitividade a um patamar de excelência. Definir seu grupo alvo para recrutamento, seleção e retenção, os conhecimentos e habilidades que eles devem ter, entre outros, é fundamental para formar o time correto. 

  1. Implemente uma cultura forte na companhia

Tenha atenção com a cultura organizacional: conjunto de crenças, princípios, hábitos e valores internos que fundamentam a maneira como os colaboradores pensam e agem. 

Defina o foco da cultura da instituição, compartilhando-o no seu processo seletivo. Essa é uma ótima medida para atrair candidatos que tenham valores semelhantes aos da empresa e aumentar a retenção deles. 

Em relação a esta última citação; nunca será exagero dizer e repetir que os hábitos e valores precisarão constantemente serem praticados e fomentados por todos os líderes diariamente junto às suas equipes, caso contrário, pode se estar exercendo um esforço enorme para encher o tanque do combustível, sem se dar conta, que ele está furado!  

Revisões constantes não só no tanque de combustível, mas no carro como um todo, aumentarão as chances da sua empresa reter os bons talentos e assim ir mais longe, com qualidade e segurança.  

 

Ana Paula Dib

Gerente de Desenvolvimento da Movidaria. Atuo em Educação Corporativa a mais de 12 anos. Coach e Master em PNL. Sagitariana com o Sol na casa 8 de Escorpião. Intensa e Profunda. Amante de autoconhecimento, comida japonesa, terapias holísticas, psicanálise e espiritualidade.

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