O papel da diversidade e inclusão no desenvolvimento de talentos

 

Muito se tem falado sobre diversidade e inclusão, mas é preciso começar, de fato, pela semântica.

Dentro do ditado famoso (“Diversidade é convidar para a festa, inclusão é convidar para dançar”), podemos extrair definições importantes:

Diversidade, no mundo corporativo, está relacionada a valorizar a pluralidade, ou seja, pessoas com diferentes origens, formas de pensar e se comportar; deste modo, busca-se quebrar um padrão de perfis que, por muito tempo, foi homogêneo, e fazer com que haja representatividade. Afinal, cada pessoa trará consigo histórias únicas.

Inclusão, por outro lado, tem dois lados: do lado da empresa, é o esforço consciente para que todas as pessoas sejam recebidas, acolhidas e tratadas de forma que possam se sentir seguras e pertencentes a um grupo composto pela empresa. E do lado das pessoas, é a legitimação desse sentimento, que pode ou não fazê-las se sentirem assim.

O material mais conhecido sobre o tema de Diversidade e inclusão é um relatório da McKinsey que indicava, sem grandes dúvidas, o quanto as empresas tinham mais chances de alcançar desempenho financeiro maior quando tinham times diversos em suas áreas-chave.

O estudo também comparava algumas estatísticas indicativas de que áreas tendiam a ter mais diversidade ou menos e qual a evolução desses números – e lamentamos dizer que não melhorou o suficiente para celebrarmos desde sua publicação.

Alguns anos depois, Joan Williams, uma especialista respeitada no tema de Diversidade, estabeleceu um ponto importante quando disse que precisamos ir além da sensibilização sobre o tema e tratar D&I como algo inerente ao negócio – porque é. Ou seja, buscar evidências, métricas e manter objetivos mensuráveis para aumentar o panorama desses índices nas empresas, garantindo assim não só que elas sejam lugares acolhedores e representativos para se trabalhar, mas também que isso se torne algo tão comum que não precisemos sequer de artigos como este para falar do tema.

Enquanto isso não acontece, contudo, é absolutamente essencial lembrar que a força de trabalho que hoje ingressa nas empresas é majoritariamente formada por pessoas que valorizam intensamente essa pluralidade, no discurso e na prática, já que conseguem ver com clareza em suas próprias experiências de trabalho o quanto perfis diversos podem se complementar, agregar valor e pontos de vista que aumentam exponencialmente os horizontes de todos os envolvidos.

Empresas que antigamente perdiam excelentes profissionais por eliminarem currículos que vinham de apenas uma ou duas universidades, que ainda exigiam o campo de gênero como escolha, que tinham idade como requisito, que jamais tinham ouvido falar de open hiring, agora entendem que isso pode ser a diferença entre ter em sua equipe os melhores profissionais ou os mesmos profissionais.

E isso pode fazer toda a diferença para obter os melhores resultados ou… os mesmos resultados.

Letícia Casavella

Psicóloga por formação e educadora por vocação. Apaixonada por idiomas, viagens, livros, Friends (os da tv e os da vida) e vinho, não necessariamente nessa ordem.

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