A importância da execução em cenários de incerteza

No mundo, 2,2 milhões de terabytes de novos dados são criados todos os dias. Isso é como se tivéssemos armazenado 704 bilhões de fotos digitais em um único dia; no YouTube, por exemplo, a cada minuto são carregadas mais de 300 horas de vídeo. Neste exato minuto, 2 milhões de consultas estão sendo feitas no Google, 100 mil mensagens enviadas pelo Twitter e cerca de 200 milhões de e-mails disparados. Na virada do ano 75 bilhões de mensagens foram enviadas por Whatsapp no mundo. Outros números da atual era da informação:

  • Uma impressora 3D pode imprimir uma casa de 55m2 em 24 horas por 4 mil dólares;
  • O boom tecnológico entre 2028 e 2033 pode gerar aumento de produtividade de até 35%;
  • 60% das profissões serão, ao menos, 30% robotizadas;
  • 52% dos jovens brasileiros têm seu futuro ameaçado;
  • De acordo com o relatório de Davos 2018 o mundo perderá 5 milhões de empregos para a inteligência artificial nos próximos 2 anos;
  • 83% das empresas estão se reorganizando ou planejando mudanças;

A humanidade deve atingir a singularidade em 2045, ou seja, será o momento em que a civilização atingirá níveis de avanços tecnológicos tão rápidos que mudarão profundamente os paradigmas da sociedade como um todo.

Sensações

Como você se sente em relação aos tópicos acima? Você tem a sensação de estar perdido por causa da avalanche de informações que estão ocorrendo e você não está conseguido acompanhar? Sente-se que não está preparado e que não tem competência para fazer acontecer? Questiona a sua capacidade e, às vezes, se pergunta se está no caminho certo? Conhece pessoas que, só em pensar nessas coisas, sentem-se paralisadas sem saber o que fazer?

Pois bem, saiba que você não está sozinho. Todo esse infocalipse é normal no meio em que convivemos, 90% das pessoas estão se questionando e algumas sofrendo muito em virtude disso. Não é à toa que a depressão é a quarta causa global de incapacidade e deve se tornar a segunda até 2020. As pessoas estão se conectando com esse movimento e muitas não estão encontrando uma luz no fim do túnel.

O primeiro movimento é se conscientizar de que a vida é feita no agora. Portanto, relaxe e se conecte com o movimento do presente.

Movimentar-se com assertividade

Diante de tudo isso, o que fazer na sua empresa? O que fazer com a sua equipe? O que fazer com você? Não temos a pretensão de tirar o coelho da cartola e dar uma receita para todas as ocasiões, mas sim repassar algumas percepções e caminhos que temos procurado adotar em virtude de leituras, experiências e conexões empresariais.

Quando a incerteza aumenta, você deve ampliar as conexões com o maior número de pessoas. Escutar coisas diferentes, entender e compreender, genuinamente, o que essas pessoas estão desenvolvendo. Pratique a verdadeira conexão social (gente com gente, olho no olho, diálogo real) e se permita enxergar visões totalmente diferentes da sua. Não julgue, apenas procure entender o mindset daquela pessoa. Oportunidades, novos insights e rupturas do modo como você pensa podem ser bem-vindos.

O segundo movimento importante é o de cada vez mais procurarmos entender, questionar e desafiar o principal ser que pode dificultar ou facilitar esse movimento, ou seja, “VOCÊ”. Isso é libertador e ao mesmo tempo desafiador. Portanto, o autoconhecimento é um fator-chave para você, líderes e equipes. O autoconhecimento e o interesse genuíno de entender como as pessoas funcionam, bem como de treinar as equipes demonstrando como essas complementariedades se conectam e divergem, é um fator preponderante nos dias de hoje. Precisamos dialogar abertamente sobre isso. Não devemos criar robôs, porque senão sua empresa correrá um sério risco de ser substituída por um. Estratégias de B2B (empresa para empresa) e B2C (empresa para o consumidor) são importantes, mas nesse momento em especial precisamos de mais H2H (humanos com humanos). Essa falta de autoconhecimento, atrelada à falta de diálogos abertos e francos para processar o desenvolvimento de equipes, está trazendo sérios problemas de comunicação entre as pessoas. Você tem a sensação de que algumas pessoas estão mais se defendendo do que efetivamente se comunicando? Fatores subliminares, como ego, poder, vaidade e medo, podem estar permeando essas relações.

Outro movimento importante a que as empresas precisam estar atentas nesse turbilhão é se o jargão ”deixe a vida me levar, vida leva eu” é o que impera na organização. No momento presente, precisamos definir estratégias que possam rapidamente ser prototipadas e que tragam aprendizados sobre os nossos movimentos. Os protótipos podem nos trazer uma melhor utilização de recursos e rapidamente nos gerar insigths para novas fontes de receitas e execução. O livro Startup enxuta de Eric Ries pode trazer um aprofundamento naquilo que quero abordar neste tópico.

Portanto, desenvolver essa capacidade da geração, condução e avaliação de estratégias em sua equipe, treinando-a para a realização de conexões, ampliará a capacidade sistêmica e a geração de resultados.

Experiências de aprendizagem

Um movimento essencial e muito questionado é a forma como os líderes estão se preparando para conduzir as suas equipes nesse mundo exponencial. O líder deve ser o grande conector e incentivador dos pontos levantados acima. E não se preocupe se você é um novo líder. O fato de você ter discernimento de que os pontos levantados acima são importantes já é um grande passo. Prepare-se e permita-se errar como um processo de aprendizado. Portanto, movimente-se, prepare-se, jogue e aprenda rápido.

Para onde sua empresa e você estão indo? Nós ainda não sabemos. Mas, como diz um excelente desenho animado, “Continue a nadar!”. E lembre-se de que, às vezes, você vai se perder no caminho. Não tem problema. Volte, defina outro, mas defina e continue a nadar.

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