4 soft skills essenciais para 2023

Na mesma medida em que se desenvolvem as novas tecnologias digitais, a sociedade avança e inova em campos importantíssimos: ciência, saúde, educação, mobilidade urbana, negócios etc – apesar de toda desigualdade social e seus terríveis impactos em diversas vidas humanas dentro e fora das bolhas dos grandes centros urbanos (dilemas dos quais a digitalização não dá e nem dará conta). 

Na mesma proporção da produção, da utilização e das buscas por mais desenvolvimento digital, da indústria 4.0 às sagradas comodidades do dia a dia em 2023, se mostra necessário o desenvolvimento das habilidades humanas (soft skills). 

Tem gente muito boa para falar sobre as mais importantes soft skills do mundo contemporâneo, como a Lucedile Antunes, autora do livro Soft Skills, e um dos meus sociólogos preferidos, Edgar Morin. Tem fonte reconhecida internacionalmente, como o Fórum Econômico Mundial, em sua lista de habilidades essenciais para o futuro do trabalho. Tem livros do historiador israelense Yuval Harari (Homo Deus e 21 Lições para o Século 21) e até um filme que eu recomendo muito para pensar sobre futuro, tecnologia e a espécie humana: Blade Runner.  

Após essa lista de gigantes, com humildade, coragem de trazer outros olhares e alguma experiência nos mercados de aprendizagem corporativa, RH e Psicologia, compartilho quatro soft skills importantes do nosso tempo. 

 

Autoconhecimento

“Até que você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir a sua vida e você vai chamá-lo de destino” – C.G. Jung 

Embora seja um conjunto de práticas, sentimentos e conhecimentos, posso considerá-lo uma habilidade. Tomando cuidado para que não se torne mais uma meta mensurável em meio às várias outras que já temos, o autoconhecimento pode ser definido como a percepção que temos sobre nós mesmos, sobre nossos pontos “fracos” e “fortes”, o entendimento sobre as nossas capacidades e do impacto sobre os outros (fazendo um resumo muito superficial e adaptado ao mundo do trabalho). 

Por que é tão importante: para que as pressões dos ambientes de relação e as centenas de “caminhos certos e melhores” que o Google diz para seguir não paralisem as pessoas– ou as esgotem (burnout). 

Um modo prático de desenvolver: apoie líderes e colaboradores a criar práticas de feedback frequentes e um ambiente de segurança psicológica (dê o exemplo). 

 

Agilidade com a mudança

“(…) a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena.” – Clarisse Lispector 

Com autoconhecimento, para não cair nas lendas de que mudar a todo momento é maravilhoso e de que não se pode estar por nenhum momento na sua zona de conforto, posso resumir como a habilidade de enxergar oportunidades nas mudanças, com abertura para experimentar novas opções, soluções, perspectivas, expondo-se a algum tipo de risco à sua anterior estabilidade (ou sensação de estabilidade). 

Por que é tão importante: para que as pessoas não se tornem pedras que barram algum novo fluxo de rio por aí (carreira, processo, projeto, práticas de gestão). 

Um modo prático de desenvolver: assumir uma atividade inédita, de preferência fora do que líderes e colaboradores chamam de “minha área” ou “campo de conhecimento” (recomendo o exercício a você também). 

 

Agilidade para resultados

“Desculpe, mas querer não é poder” – Professor Xavier, ao selecionar novos X-Mens (Meme) 

É a capacidade de determinar e buscar resultados mensuráveis em situações inéditas, saindo do seguro campo das ideias, inspirando equipes com presença que gera confiança em si e nos outros. 

Por que é tão importante: para que as pessoas usem bem o tempo (delas e das outras pessoas que trabalham com elas) e se tornem hábeis em concretizar, ou testar, os seus pensamentos e desejos ao invés de apenas fazer críticas construtivas. 
Um modo prático de desenvolver: buscar mentorias com empreendedores.

 

Aprender a vender

“Don’t tell me what you think, tell me what you have in your portfolio” – Nassim Nicholas Taleb  

Seja vender um projeto, um ponto de vista, um produto, um serviço ou vender a nossa própria imagem e capacidade profissional em uma rede de relacionamento, as múltiplas habilidades envolvidas aqui nos tornam mais influentes, relevantes e requisitados. Para que essas “vendas” sejam efetivas, é preciso cultivar essa rede com generosidade, estejamos em alta ou em baixa na carreira. 

Por que é tão importante: gostemos ou não, vivemos na era da imagem e da presença. Se não nos arriscarmos a entregar (vender) algo de valor para o nosso entorno relacional, dificilmente seremos vistos e lembrados (válido para líderes, equipes e pra você também, profissional de RH/T&D/DHO). 

Um modo prático de desenvolver: criar experiências que abordem oratória, expressividade e fazer benchmarkings com vendedores experientes. 

Aqui foram algumas das soft skills que, aposto, serão essenciais para que qualquer indivíduo permaneça relevante dentro das organizações no próximo ano. Quer apoiar o desenvolvimento delas na sua empresa? Entre em contato, vamos conversar! 

 

Referências: 

https://focus.kornferry.com/leadership-and-talent/the-organisational-x-factor-learning-agility/https://twitter.com/leo_oguarda/status/503700259693133824?lang=es 

Cauê Vicente

Sócio/Gerente de Negócios na Movidaria e psicólogo. Curto cozinhar, comer bem, sou fã do Tarantino e atleta amador de tênis de mesa.

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